24.8.11

Se eu pudesse...
Voltaria ao principio e iria mais devagar, falava menos, me poupava de ouvir [suas] mentiras, lhe ofereceria um dicionário com todas as palavras que não conhece ou já esqueceu, respeito, lealdade, cumplicidade, reciprocidade, confiança, partilha, abnegação, construção, gratidão... Abraçaria-lhe como no primeiro encontro depois do primeiro beijo, aprenderia a esperar o dia seguinte e esqueceria os nossos defeitos.
Mas ainda posso...
Deixar a vida fluir, esquecer-me das redes sociais, da banalização do “eu te amo”, dos dias dormidos sem cama e sono. Lembrar do meu tempo, dos meus dias e das pessoas maravilhosas que ainda irei de ter em minha vida. De viver sem cansar, não priorizar quem me tem como opção. Aprender a conviver e viver sem mágoas, sem sombras de/e dúvidas, nem equívocos. Fácil? Acredito que não. Mas impossível, nem um pouco.
Se eu pudesse...
Mas não posso, porque ninguém caminha sozinho, assim como uma ponte que só se constrói se as duas margens permitirem e o rio só corre se a corrente o empurrar. Não posso rasgar as suas páginas.
Mas ainda posso...
Sentir, dizer que tentei e continuo tentando deixar o coração ser a razão. Botar sempre o meu pingo no “i”.

Não sei onde ouvi, mas faço destas palavras as minhas, “No fim sempre lembramos do começo”.
Voltar não é possível. Depois que deixam o caminhão carregado de areia passar em cima da grama, ela nunca nasce a mesma.
Recomeçar? Porque não?


A vida não nos permite fazer ensaios, rasurar um momento, nem mesmo rasgar um capítulo. A vida é um livro que se escreve com sangue na alma.