20.1.12

Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay.

Todo conto de fadas existe uma bruxa.


Sempre achei que, assim como o enorme peso que assenta no nosso coração com uma morte, um desgosto de amor cai no centro do nosso coração com um impacto que só uma morte tem.
Em minha opinião, um desgosto de amor é capaz de nos mudar. De nos tornar, em certa medida, mais frios, mais distantes, mais calculistas. Calculistas no sentido de não termos já grandes ilusões sobre o amor e as outras pessoas. Tornamo-nos mais cuidadosos com as nossas escolhas, tornamo-nos mais criteriosos, mais pragmáticos, mais esforçados e, indiscutivelmente, mais responsáveis. Acho que nem é tanto a perda que sentimos, ou a ausência, que custa mais. Acho que o que custa mais é percebermos que tudo aquilo em que acreditamos se desvaneceu num piscar de olhos e que verdades antes absolutas para nós, passam a ser enormes dúvidas existenciais. Acho inevitavelmente que aos poucos nos desprendemos de um porto de abrigo e deixamos levar ao sabor do vento pelo mundo fora que toda a coragem e força que isso exigiu de nós, foi, no fundo, em vão. Acho inacreditável. Tudo inacreditável. Mas com o tempo, todos nós,  vamos percebendo também que é a verdade e que, ou aprendemos a viver com ela ou aprendemos a (con)viver com ela.

Não me resta ainda muitas hipóteses.